DRA. CHRISTINA GUERRA - ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA

ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA

Endocrinologia é a Ciência que estuda os órgãos produtores de hormônios e as diversas e complexas ações destes hormônios no organismo. O Sistema Endócrino interage de várias maneiras com outros Sistemas, principalmente com o Nervoso e o Imune. É ele que permite que ocorra uma comunicação perfeita e harmônica entre as células e os órgãos.

E a Metabologia é a Ciência que estuda as diversas reações químicas que ocorrem nas células dos organismos vivos, sendo o conjunto destas reações chamado de Metabolismo. Existe o Metabolismo de tecidos ou órgãos específicos, como por exemplo, o Metabolismo ósseo e o Metabolismo energético, que converte nutrientes dos alimentos em energia e produtos químicos complexos das células. As principais fontes que podem ser metabolizadas em energia estão presentes nos alimentos sob a forma de carboidratos, lipídios e proteínas.

No entanto, muitas vezes as pessoas dizem: “Eu quero aumentar meu Metabolismo”, referindo-se, neste caso, ao gasto energético de repouso (GER)*, o que realmente até pode ser conseguido.

O Endocrinologista e Metabologista com Título de Especialista pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) registrado no Conselho Regional de Medicina de seu Estado é o profissional que, além de capacitado, está devidamente habilitado a avaliar, diagnosticar e tratar possíveis disfunções do Sistema Endócrino e do Metabolismo e a prescrever hormônios.

 

*GET = GER (60 a 78 %) + GEAF (15 a 30%) + TA (10%)
GET= Gasto Energético Total; GER = Gasto Energético de Repouso); GEAF = Gasto Energético da Atividade Física; TA = Termogênese induzida pelo Alimento

1 - DISTÚRBIOS DA HIPÓFISE

A hipófise é uma glândula localizada no cérebro, que produz vários hormônios que coordenam e regulam outras glândulas. Problemas na Hipófise podem causar: produção de leite (fora do período da amamentação), aumento do número do sapato, dores de cabeça, distúrbios da visão, cansaço excessivo, sensação de falta de energia, mudanças de humor e irritabilidade, diminuição da libido, dificuldade de ereção e alterações no peso. Uma avaliação hormonal e hipofisária por um Endocrinologista é necessária para diagnóstico e tratamento adequados.

2 - DISTÚRBIOS DA TIREÓIDE

A tireóide é uma glândula localizada no pescoço abaixo do “pomo-de- adão” (gogó). Ela produz hormônios que funcionam como um “combustível” fundamental para o bom funcionamento de todos os órgãos. A diminuição dos seus hormônios é chamada de hipotireoidismo e, o aumento, de hipertireoidismo. Ela também pode apresentar nódulos, que devem ser avaliados pelo Endocrinologista. Sintomas como aumento do volume do pescoço, queda excessiva de cabelos, alterações no padrão da menstruação, nervosismo, insônia ou sonolência, alterações no ritmo intestinal, coração acelerado ou desacelerado, perda ou ganho de peso, rouquidão, fraqueza muscular, cãibras, dificuldade de subir escadas, rosto e olhos inchados, excesso de frio ou de calor, podem ser sintomas de uma tireoide doente.

3 - CLIMATÉRIO E MENOPAUSA

Quando os ovários passam a produzir menos hormônios, geralmente após os 40 anos de idade, ou quando há interrupção total desta produção (naturalmente ou por retirada cirúrgica), a mulher pode apresentar vários sintomas que comprometem sua qualidade de vida e sua saúde: ondas de calor, alteração do peso e da distribuição de gordura, perda de massa magra, alteração do humor, diminuição da memória, dores nas costas e juntas, cabelos secos e quebradiços, ressecamento da pele, unhas frágeis, ressecamento vaginal e incontinência urinária, além do aumento do risco de osteoporose e fraturas ósseas.

A reposição hormonal, com hormônios sexuais femininos, pode amenizar estes sintomas e os riscos causados pela menopausa. As mulheres na faixa de 50 anos de idade ainda são extremamente ativas, precisam estar se sentindo bem dispostas, com boa memória, desejam manter seus músculos e articulações funcionando perfeitamente, sem dores no corpo, e em muitos casos, as ondas de calor prejudicam muito seu cotidiano.

Infelizmente, há alguns casos em que a Terapia de Reposição hormonal tem contraindicação absoluta. Outros casos, a contraindicação é apenas relativa e precisamos avaliar os riscos e benefícios.

A avaliação do Endocrinologista é importante para avaliar quem precisa, quem terá realmente benefícios sem aumento dos riscos, e qual o melhor tipo de tratamento (hormonal ou não) cada mulher deve ter.

4 - HIPOGONADISMO MASCULINO/ANDROPAUSA

A redução dos níveis de Testosterona no homem pode surgir geralmente no idoso, mas também pode ocorrer em homens mais jovens, principalmente nos obesos. Estudos recentes mostraram que os níveis deste hormônio atualmente são menores, em homens de todas as faixas etárias, quando comparados com valores de alguns anos atrás.

Os sinais e sintomas mais comuns são: redução da libido ou da atividade sexual, ginecomastia (crescimento de mamas), diminuição dos pelos corporais, atrofia do testículo, redução da massa óssea, diminuição da energia e da concentração, humor depressivo, redução da massa e força muscular e aumento da gordura corporal.

A avaliação do Endocrinologista é muito importante para se descobrir a causa do distúrbio e decidir qual o melhor tratamento para cada paciente, sem risco de complicações.

5 - SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP)

É um distúrbio hormonal que atinge as mulheres em fase reprodutiva, que provoca formação de cistos nos ovários e se caracteriza por: menstruação irregular, hirsutismo (excesso de pelos) e presença de múltiplos microcistos nos ovários. É comumente associada a distúrbios metabólicos: excesso de insulina (que surge devido a uma resistência do organismo ao seu efeito), elevação da glicose, maior predisposição a ganho de peso, principalmente na região abdominal, aumento dos triglicérides e esteatose hepática (gordura no fígado). Pode cursar com redução da fertilidade.

O diagnóstico precoce é muito importante, pois ajuda a reduzir o risco dessas complicações.

6 - SÍNDROME METABÓLICA

É um distúrbio associado à obesidade abdominal e visceral (quando a gordura infiltra órgãos como o fígado), resistência do organismo à ação da insulina, com aumento do risco de se desenvolver Diabetes mellitus e doença cardiovascular. Pode cursar com Hipertensão arterial, aumento dos níveis de triglicérides, redução do HDL (chamado de colesterol “bom”) e aumento dos níveis de glicose.

É muito importante o diagnóstico precoce para iniciar um tratamento o quanto antes e evitar a progressão da doença.