EMAGRECIMENTO

Quando emagrecemos, nosso organismo não “sabe” que a perda de peso foi desejada e intencional e a “interpreta” como um sinal de alarme. Passa então, a desenvolver uma série de adaptações fisiológicas e vários mecanismos que, em conjunto, atuam no sentido de evitar a perda de peso. Ou seja, nosso próprio organismo, sem “querer”, começa a nos atrapalhar.

Ocorrem alterações compensatórias nos vários componentes do balanço energético (há redução do gasto energético, alterações nos níveis de vários hormônios e neurotransmissores responsáveis pelo controle da fome e da saciedade, resultando no aumento da ingestão alimentar, além de alteração da sinalização das vias que controlam o armazenamento de energia sob a forma de tecido adiposo). Para nosso desespero, nosso organismo passa a trabalhar para que voltemos ao peso inicial.

Vencer a batalha contra nosso próprio organismo nesse processo de emagrecimento não é impossível.

O paciente precisa ter conhecimento dessas dificuldades que podem surgir, pois, do contrário, acaba desistindo de tudo ao perceber que seu sacrifício não está tendo a resposta esperada.

Com a ajuda do Endocrinologista, é possível desenvolver e aplicar, na hora certa, estratégias específicas e individualizadas para enfrentar as respostas endócrinas e metabólicas que poderiam atrapalhar o processo de Emagrecimento. Entre elas, está incluído o uso de medicamentos, que sempre foi estigmatizado, até mesmo por alguns profissionais da saúde. Mas porque as pessoas acham correto um hipertenso usar anti-hipertensivos e acham “absurdo” um obeso usar medicamentos anti-obesidade?

O obeso ainda é visto como uma pessoa que não consegue emagrecer por falta de disciplina e de força de vontade. Não é bem assim.

A Ciência já nos mostra claramente que existem pessoas com maior predisposição ao ganho de peso, por motivos diversos. Em situações de excesso de energia, as respostas no peso corporal e distribuição de gordura variam muito de uma pessoa para outra, sugerindo existir uma complexa interação entre fatores ambientais, genéticos, e comportamentais.

E também vários dos componentes do comportamento alimentar, como a sensação de saciedade e o desejo de comer mesmo na ausência de fome, são herdados geneticamente. Ou seja, não se pode “culpar” o obeso por sua dificuldade em se sentir saciado ou por sua maior susceptibilidade ao excesso de calorias. Apesar dos possíveis efeitos colaterais dos medicamentos anti-obesidade, os benefícios podem superar os riscos em muitos casos. Um médico especialista e experiente no manejo desses medicamentos saberá indicá-los quando necessário, obviamente associados a mudanças no estilo de vida e alimentação adequada.

PROGRAMAS DE EMAGRECIMENTO

Os Programas de Emagrecimento são uma ferramenta que nos permite:

  • Organizar melhor a condução do tratamento através de metas a serem atingidas (de redução do Peso e de melhora dos marcadores metabólicos e de risco cardiovascular);
  • Aumentar a adesão e motivação do paciente.

Nossos Programas de Emagrecimento são divididos em Fases:

1 - RECONHECIMENTO E ATAQUE

Reconhecimento inclui a avaliação completa e cuidadosa do histórico do paciente, o exame físico e avaliação da Composição Corporal, a análise de exames laboratoriais, quando necessários, a identificação de possíveis distúrbios metabólicos e/ou hormonais e conclusão do(s) diagnóstico(s).

Ataque é a fase em que se inicia o tratamento propriamente dito, seja ele baseado em 1 ou mais dos seguintes componentes:

  • Orientação Nutroterápica /Dieta
  • Tratamento medicamentoso
  • Estímulo à atividade física

Pode ou não ser no modo Quick Start, que é quando opta-se por um tratamento mais rigoroso, com resposta mais rápida.

São feitas reavaliações frequentes na resposta ao tratamento, para os ajustes necessários.

2 - TRANSIÇÃO

Transição é a fase em que o paciente já tiver apresentado perda de 60% do Excesso de Peso*.

O enfoque será dado ao combate aos mecanismos adaptivos que se contrapõem à perda de peso nesta fase, à manutenção da motivação e à prevenção de “recaídas”.

Manteremos as avaliações periódicas, que podem ser mais espaçadas, mas ainda com ajustes necessários nos componentes:

  • Orientação Nutroterápica /Dieta
  • Tratamento medicamentoso
  • Estímulo à atividade física
*Excesso de Peso = Peso inicial – Peso ideal

3 - EQUILÍBRIO/ ESTABILIZAÇÃO DO SET POINT

Equilíbrio é a fase em que per o paciente já tiver apresentado perda de 100% do Excesso de Peso*.

Todos os cuidados serão mantidos para que ocorra a Estabilização do set point do paciente, ou seja, para que o organismo se acostume com o peso novo.

Inclui também a manutenção a longo prazo, com consultas mais espaçadas.

*Excesso de Peso = Peso inicial – Peso ideal

4 - SHAPING

A fase Shaping é opcional e será indicada para aqueles que já se atingiram sua meta de Peso Ideal ou estejam próximos a ela e desejem melhorar a aparência do corpo, do ponto de vista estético.

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OPÇÕES DE PROGRAMAS

Há diferentes opções de Programas de Emagrecimento, para atender às diferentes necessidades, expectativas e possibilidades de cada paciente. Após a primeira consulta serão apresentadas ao paciente as propostas de cada um.

COMPACTO

INTERMEDIÁRIO

MASTER

EXTRA

OPÇÕES DE PROGRAMAS

Há diferentes opções de Programas de Emagrecimento, para atender às diferentes necessidades, expectativas e possibilidades de cada paciente. Após a primeira consulta serão apresentadas ao paciente as propostas de cada um.

COMPACTO

INTERMEDIÁRIO

MASTER

EXTRA

PRÉ E PÓS OPERATÓRIO PARA CIRURGIA BARIÁTRICA

Alguns casos de Obesidade têm indicação de tratamento Cirúrgico. Mesmo nessa situação, quando o paciente será encaminhado para um médico Cirurgião, é muito importante o acompanhamento pelo Endocrinologista no Preparo Pré-operatório e no Seguimento Pós-operatório.

No Pré-operatório, com o objetivo de redução do risco de complicações, avaliamos e tratamos possíveis distúrbios metabólicos e deficiências nutricionais. Orientamos também quanto a práticas alimentares mais saudáveis, para que já seja iniciada uma reeducação alimentar equilibrada antes mesmo da cirurgia.

No Pós-operatório, o acompanhamento visa orientar quanto a solução de problemas que podem surgir no processo de adaptação da nova Dieta; identificar, monitorar e tratar possíveis complicações como intolerâncias alimentares, vômitos, Síndrome de Dumping e Transtornos alimentares; prevenir deficiências nutricionais e orientar quanto à suplementação de vitaminas, prevenir complicações como queda de cabelos, perda de massa magra, perda de massa óssea, além do controle metabólico e prevenção de reganho de peso.

Logo após a Cirurgia Bariátrica, é no primeiro ano que ocorre a maior perda do Excesso de Peso*, geralmente de 48 a 65 %. Nesse primeiro ano, há muito baixa ingestão calórica, ocorrem alterações da resposta neuro-humoral do controle do apetite e da saciedade e é o período em que o paciente encontra-se mais motivado às mudanças de estilo de vida. A Perda máxima ocorre geralmente entre 18 e 24 meses após a Cirurgia.

Posteriormente, ocorre uma redução da velocidade de perda de peso. É nessa fase que pode ocorrer o reganho de peso, por diversos motivos, entre eles: redução da motivação e da aderência a hábitos de vida saudáveis, abandono da dieta apropriada, alterações hormonais e metabólicas e retorno da compulsão alimentar. O acompanhamento por um Médico experiente na área é fundamental para minimizamos o risco de reganho de peso.

Assim, é importante saber que todo paciente submetido a Cirurgia Bariátrica precisará fazer uso de suplementos vitamínicos e ser acompanhado por um Médico com experiência na área, por toda sua vida.

Estamos preparados para atender os pacientes no Pré e Pós-operatório de Cirurgia Bariátrica, através de um Programa Específico, todo planejado para essa situação, que quando bem indicada e bem conduzida, traz ao Obeso, uma nova chance de atingir saúde e qualidade de vida.

*Excesso de Peso = Peso inicial – Peso ideal

TIPOS DE DIETA

Atualmente existem várias opções de Dietas para Emagrecimento e os estudos mostram que os resultados na eficácia e benefícios à saúde, comparando as diferentes dietas, são muito semelhantes.

O que a Ciência conseguiu mostrar, até o momento, é que a única maneira de emagrecer é obtendo-se um BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO, ou seja, a OFERTA de energia precisa ser menor que o GASTO.

E para se conseguir este BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO todo e qualquer tipo de Dieta precisa basear-se em uma RESTRIÇÃO DE CALORIAS, e os resultados serão semelhantes independentemente de ter sido tal restrição conseguida com uma redução maior de gorduras (Dieta Convencional) ou de carboidratos (Low Carb), de ser ou não Hiperprotéica, de ser ou não baseada em Jejum Intermitente.

A cada dia surgem novas opções de dieta e dietas “da moda”. A Medicina evolui muito rapidamente e nós, especialistas, temos que estar sempre atualizados e não podemos nos limitar a trabalhar com poucas opções de dieta, muito menos descartar algum tipo de estratégia nova. Alguns estudos têm sugerido, por exemplo, uma superioridade da Dieta Hiperprotéica na manutenção do peso, o que faz todo sentido, já que se preserva mais a Massa Magra.

Muito tem-se estudado sobre as vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de dieta na eficácia da perda de peso e da manutenção do peso perdido, nos benefícios e/ou prejuízos à saúde.

Temos que considerar a taxa crescente do número de casos de Sobrepeso e Obesidade, a gravidade desta patologia, que tantos riscos traz à saúde e assim, precisamos trabalhar com várias opções de tratamento dietético.

Cada pessoa responderá melhor a um tipo de dieta, se sentirá mais capaz de aderir a um ou outro tipo. A melhor DIETA para cada paciente será aquela que ele conseguir manter a ADESÃO com mais facilidade e que mantiver sua MOTIVAÇÃO a longo prazo.

Após conhecer bem o perfil do paciente, saberemos propor as melhores opções de Dieta em cada momento do tratamento. E ao longo do Programa de Emagrecimento, serão feitos os ajustes necessários para manter a adesão e motivação do paciente.

Veja maiores detalhes sobre as várias opções de dieta no Quadro:

NOMECOMPOSIÇÃOVANTAGENSDESVANTAGENS
DIETA TRADICIONAL (ou Covencional ou Low Fat) É a recomendada pelas maiores Organizações Mundiais de Saúde, como WHO, AHA, ADA e pelo Ministério da Saúde no Brasil (Guia Alimentar para a População Brasileira). Carboidratos: 50-60 % do VCT*
Proteínas: 15- 20 % Gorduras: 20-30 % (sendo <10% de gorduras saturadas) com 500 a 1000 Kcal/dia a menos do que o gasto energético diário estimado.
Recomenda alimentos in natura ou minimamente processados, de baixa Densidade Energética e proteínas magras. Restringe alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, açúcar, sal.
- Pode ser de mais fácil adesão a longo prazo- A resposta lenta pode desmotivar alguns pacientes, que acabam abandonando a dieta, por terem a impressão de que não está surtindo efeito.

- Tem sido criticada por alguns autores, que consideram que ao reduzir o conteúdo de gordura da dieta, as dietas Low Fat causam grande aumento da ingestão de carboidratos, o que acaba favorecendo a Obesidade.
MEDITERRÂNEA

Não há uma definição exata, mas é o estilo de alimentação seguida por habitantes de regiões do Mediterrâneo onde há cultivo de Oliva.
Gorduras: 35-45 % do VCT* (principalmente monoinsaturadas e poliinsaturadas).

Recomenda alto consumo de alimentos in natura: frutas, verduras, legumes, cereais integrais e oleaginosas (nozes, castanhas e avelãs), proteínas magras principalmente carne branca e laticínios, Azeite de Oliva; pequenas doses de vinho às refeições.

Restringe carne vermelha.
- Eficácia na perda de peso semelhante à da dieta Low Carb e superior à da tradicional.

- Efeito protetor cardiovascular comprovado e estudos sugerem redução do risco de Diabetes mellitus, de alguns tipos de câncer, D. de Alzheimer e de Parkinson.

- Melhora o controle glicêmico em pacientes diabéticos.
- Diminui Triglicérides.
- Pode ser difícil de difícil adesão, devido aos hábitos alimentares do brasileiro.
DASH
(Dietary Approaches to Stop Hypertension)
Gorduras < 25% do VCT*

Recomenda o consumo diário de 4 a 5 porções de frutas, 4 a 5 de verduras, 2 a 3 porções de laticínios magros.

Restringe alimentos gordurosos.
- Redução da Pressão Arterial.
LOW CARB

É toda dieta em que o Carboidrato represente menos que 50 % do VCT* ou totalize menos de 120 g/dia.
Se for também Low Fat, acabam sendo hiperprotéica.
Carboidrato < 50 % do VCT* (ou < 120 g/dia)- Perda de peso inicial é mais rápida.

- Melhora do perfil metabólico: Diminui glicose e a Resistência à Insulina.
- Perda de peso a longo prazo não é superior à da dieta tradicional.

- Difícil adesão por período prolongado.

- A redução acentuada da ingestão de carboidratos pode gerar deficiência de Triptofano e redução da Serotonina, levando a alteração do humor.
VLCD
(Very Low Calorie Diet) ou Dieta de Muito Baixa Calorias
e CETOGÊNICA
< 800 Kcal/dia

Carboidrato < 10 % VCT* ou (< 50 g/dia)

Acaba sendo Hiperprotéica, se também for Low Fat
- Perda de peso inicial é muito rápida.

- Ocorre uma redução espontânea do apetite após alguns dias, devido à Cetose e à produção de algumas substâncias que atuam no cérebro, inibindo o apetite.

- Tem indicação formal no tratamento da Epilepsia que não melhora com medicamentos e está sendo estudada na redução de sintomas do Autismo.
- Não deve ser realizada por período prolongado.

- Pode necessitar suplementação para evitar deficiências nutricionais.

- Difícil adesão, exige alto comprometimento
Possíveis efeitos colaterais: náuseas, dor de cabeça, aumento do Ácido úrico.

- Aumenta risco de cálculos na Vesícula Biliar (devido à maior mobilização do colesterol das reservas periféricas de gordura).

- Pode levar a perda de massa magra e prejudicar a Performance no esporte, devido à depleção do Glicogênio muscular.
HIPERPROTÉICA

As dietas Low Carb, se forem também Low Fat, acabam sendo hiperprotéicas.
Proteínas > 20-30 % do VCT*- Parece ser superior às demais na manutenção do peso a longo prazo.

- O alto teor de proteínas da dieta tem efeito em aumentar a saciedade e diminuir o apetite.
- Aumenta o risco de cálculos renais (pois aumenta a excreção de cálcio).

- Contra-indicada em pacientes com Doença Renal Crônica avançada.
PALEOLÍTICA

Descrita em 1985 por Eaton e Konner, como a dieta semelhante a de nossos ancestrais.
Carboidratos: 30 % do VCT*
Proteínas: 30 %
Gorduras: 40 %

Recomenda o consumo de somente alimentos in natura

Exclui laticínios, alimentos industrializados, açúcares grãos, cereais.
- Eficaz na perda de peso a médio e longo prazo.

- Melhora Perfil Metabólico.

- Parece reduzir o risco de câncer de intestino.
- Baixa diversidade dos alimentos.

- Difícil adesão, exige alto comprometimento.

- Baixa Ingestão de cálcio, pode comprometer saúde dos ossos.
JEJUM INTERMITENTE

Há períodos de Jejum programados.
Nem sempre há restrição calórica.
Há vários Protocolos diferentes.
- 2 dias/ semana com jejum.

- 2 dias/semana com ingestão reduzida de calorias:
500 Kcal/dia(Mulher) e 600 Kcal/dia(Homem).

- Jejum por 12 (ou 14, ou 16) horas/dia.
- Alguns trabalhos sugerem benefícios no Perfil Metabólico.

- Pode ser uma alternativa para aqueles pacientes que pararam de perder peso com outras dietas.
- Contra- indicado em pessoas com Transtorno Alimentar, Hipoglicemia, Diabetes mellitus tipo 1, gestantes, lactantes, crianças e idosos.

- Pode haver perda de massa magra (se não associar com Exercício de Resistência).

- Ainda sem conclusão definitiva sobre a segurança a longo prazo.
DIETA SEM GLÚTEN

Indicada formalmente para pessoas com Doença Celíaca (apenas 0,7 % da População) ou Intolerância ao Glúten, mas tem sido utilizada por pessoas sem Intolerância.
Exclui todos os alimentos que contêm Glúten.- Estudos iniciais mostram redução na Circunferência Abdominal, aumento do HDL e potencial efeito de redução do peso.- Pode se tornar pobre em fibras, o que aumentaria o risco de Diabetes mellitus.

- Pode causar algumas deficiências nutricionais, como de Ferro, Folato e vitaminas do Complexo B.

- Pode prejudicar a saúde intestinal em pessoas que não têm D. Celíaca.
DIETA SEM LACTOSE

Indicada formalmente para pessoas com Intolerância à Lactose
Seus defensores alegam que a Lactose cause mecanismos de inflamação no organismo, o que levaria ao surgimento de algumas doenças, mas até o momento, ainda não há evidência definitiva de que isto aconteça.
Exclui todos os alimentos que contêm Lactose.- Pobre em cálcio, pode prejudicar a saúde dos ossos.

- Elimina uma fonte de proteína de alto valor biológico, que é o leite e derivados.