Dieta “Balanceada” tradicional? Dieta Low Carb? Dieta Mediterrânea? Jejum intermitente? Afinal, qual a melhor dieta?

Atualmente existem várias opções de Dietas para Emagrecimento e os estudos mostram que os resultados na eficácia e benefícios à saúde, comparando as diferentes dietas, são muito semelhantes.

O que a Ciência conseguiu mostrar, até o momento, é que a única maneira de emagrecer é obtendo-se um BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO, ou seja, a OFERTA de energia precisa ser menor que o GASTO.

E para se conseguir este BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO todo e qualquer tipo de Dieta precisa basear-se em uma RESTRIÇÃO DE CALORIAS, e os resultados serão semelhantes, independentemente de ter sido tal restrição conseguida com uma redução maior de gorduras (Dieta Convencional) ou de carboidratos (Low Carb), de ser ou não Hiperprotéica, de ser ou não baseada em Jejum Intermitente.

A cada dia surgem novas opções de dieta e dietas “da moda”. A Medicina evolui muito rapidamente e nós, especialistas, temos que estar sempre atualizados e não podemos nos limitar a trabalhar com poucas opções de dieta, muito menos descartar algum tipo de estratégia nova. Alguns estudos têm sugerido, por exemplo, uma superioridade da Dieta Hiperprotéica na manutenção do peso, o que faz todo sentido, já que se preserva mais a Massa Magra.

Muito tem-se estudado sobre as vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de dieta na eficácia da perda de peso e da manutenção do peso perdido, nos benefícios e/ou prejuízos à saúde.

Temos que considerar a taxa crescente do número de casos de Sobrepeso e Obesidade, a gravidade desta patologia, que tantos riscos traz à saúde e assim, precisamos trabalhar com várias opções de tratamento dietético.

Cada pessoa responderá melhor a um tipo de dieta, se sentirá mais capaz de aderir a um ou outro tipo. A melhor dieta para cada paciente será aquela que ele conseguir manter a ADESÃO com mais facilidade e que mantiver sua MOTIVAÇÃO a longo prazo.

Após conhecer bem o perfil do paciente, saberemos propor as melhores opções de Dieta em cada momento do tratamento. E ao longo do Programa de Emagrecimento, serão feitos os ajustes necessários para manter a adesão e motivação do paciente.

Veja maiores detalhes sobre as várias opções de dieta no Quadro:

 

NOMECOMPOSIÇÃOVANTAGENSDESVANTAGENS
DIETA TRADICIONAL (ou Covencional ou Low Fat) É a recomendada pelas maiores Organizações Mundiais de Saúde, como WHO, AHA, ADA e pelo Ministério da Saúde no Brasil (Guia Alimentar para a População Brasileira). Carboidratos: 50-60 % do VCT*
Proteínas: 15- 20 % Gorduras: 20-30 % (sendo <10% de gorduras saturadas) com 500 a 1000 Kcal/dia a menos do que o gasto energético diário estimado.
Recomenda alimentos in natura ou minimamente processados, de baixa Densidade Energética e proteínas magras. Restringe alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, açúcar, sal.
- Pode ser de mais fácil adesão a longo prazo- A resposta lenta pode desmotivar alguns pacientes, que acabam abandonando a dieta, por terem a impressão de que não está surtindo efeito.

- Tem sido criticada por alguns autores, que consideram que ao reduzir o conteúdo de gordura da dieta, as dietas Low Fat causam grande aumento da ingestão de carboidratos, o que acaba favorecendo a Obesidade.
MEDITERRÂNEA

Não há uma definição exata, mas é o estilo de alimentação seguida por habitantes de regiões do Mediterrâneo onde há cultivo de Oliva.
Gorduras: 35-45 % do VCT* (principalmente monoinsaturadas e poliinsaturadas).

Recomenda alto consumo de alimentos in natura: frutas, verduras, legumes, cereais integrais e oleaginosas (nozes, castanhas e avelãs), proteínas magras principalmente carne branca e laticínios, Azeite de Oliva; pequenas doses de vinho às refeições.

Restringe carne vermelha.
- Eficácia na perda de peso semelhante à da dieta Low Carb e superior à da tradicional.

- Efeito protetor cardiovascular comprovado e estudos sugerem redução do risco de Diabetes mellitus, de alguns tipos de câncer, D. de Alzheimer e de Parkinson.

- Melhora o controle glicêmico em pacientes diabéticos.
- Diminui Triglicérides.
- Pode ser difícil de difícil adesão, devido aos hábitos alimentares do brasileiro.
DASH
(Dietary Approaches to Stop Hypertension)
Gorduras < 25% do VCT*

Recomenda o consumo diário de 4 a 5 porções de frutas, 4 a 5 de verduras, 2 a 3 porções de laticínios magros.

Restringe alimentos gordurosos.
- Redução da Pressão Arterial.
LOW CARB

É toda dieta em que o Carboidrato represente menos que 50 % do VCT* ou totalize menos de 120 g/dia.
Se for também Low Fat, acabam sendo hiperprotéica.
Carboidrato < 50 % do VCT* (ou < 120 g/dia)- Perda de peso inicial é mais rápida.

- Melhora do perfil metabólico: Diminui glicose e a Resistência à Insulina.
- Perda de peso a longo prazo não é superior à da dieta tradicional.

- Difícil adesão por período prolongado.

- A redução acentuada da ingestão de carboidratos pode gerar deficiência de Triptofano e redução da Serotonina, levando a alteração do humor.
VLCD
(Very Low Calorie Diet) ou Dieta de Muito Baixa Calorias
e CETOGÊNICA
< 800 Kcal/dia

Carboidrato < 10 % VCT* ou (< 50 g/dia)

Acaba sendo Hiperprotéica, se também for Low Fat
- Perda de peso inicial é muito rápida.

- Ocorre uma redução espontânea do apetite após alguns dias, devido à Cetose e à produção de algumas substâncias que atuam no cérebro, inibindo o apetite.

- Tem indicação formal no tratamento da Epilepsia que não melhora com medicamentos e está sendo estudada na redução de sintomas do Autismo.
- Não deve ser realizada por período prolongado.

- Pode necessitar suplementação para evitar deficiências nutricionais.

- Difícil adesão, exige alto comprometimento
Possíveis efeitos colaterais: náuseas, dor de cabeça, aumento do Ácido úrico.

- Aumenta risco de cálculos na Vesícula Biliar (devido à maior mobilização do colesterol das reservas periféricas de gordura).

- Pode levar a perda de massa magra e prejudicar a Performance no esporte, devido à depleção do Glicogênio muscular.
HIPERPROTÉICA

As dietas Low Carb, se forem também Low Fat, acabam sendo hiperprotéicas.
Proteínas > 20-30 % do VCT*- Parece ser superior às demais na manutenção do peso a longo prazo.

- O alto teor de proteínas da dieta tem efeito em aumentar a saciedade e diminuir o apetite.
- Aumenta o risco de cálculos renais (pois aumenta a excreção de cálcio).

- Contra-indicada em pacientes com Doença Renal Crônica avançada.
PALEOLÍTICA

Descrita em 1985 por Eaton e Konner, como a dieta semelhante a de nossos ancestrais.
Carboidratos: 30 % do VCT*
Proteínas: 30 %
Gorduras: 40 %

Recomenda o consumo de somente alimentos in natura

Exclui laticínios, alimentos industrializados, açúcares grãos, cereais.
- Eficaz na perda de peso a médio e longo prazo.

- Melhora Perfil Metabólico.

- Parece reduzir o risco de câncer de intestino.
- Baixa diversidade dos alimentos.

- Difícil adesão, exige alto comprometimento.

- Baixa Ingestão de cálcio, pode comprometer saúde dos ossos.
JEJUM INTERMITENTE

Há períodos de Jejum programados.
Nem sempre há restrição calórica.
Há vários Protocolos diferentes.
- 2 dias/ semana com jejum.

- 2 dias/semana com ingestão reduzida de calorias:
500 Kcal/dia(Mulher) e 600 Kcal/dia(Homem).

- Jejum por 12 (ou 14, ou 16) horas/dia.
- Alguns trabalhos sugerem benefícios no Perfil Metabólico.

- Pode ser uma alternativa para aqueles pacientes que pararam de perder peso com outras dietas.
- Contra- indicado em pessoas com Transtorno Alimentar, Hipoglicemia, Diabetes mellitus tipo 1, gestantes, lactantes, crianças e idosos.

- Pode haver perda de massa magra (se não associar com Exercício de Resistência).

- Ainda sem conclusão definitiva sobre a segurança a longo prazo.
DIETA SEM GLÚTEN

Indicada formalmente para pessoas com Doença Celíaca (apenas 0,7 % da População) ou Intolerância ao Glúten, mas tem sido utilizada por pessoas sem Intolerância.
Exclui todos os alimentos que contêm Glúten.- Estudos iniciais mostram redução na Circunferência Abdominal, aumento do HDL e potencial efeito de redução do peso.- Pode se tornar pobre em fibras, o que aumentaria o risco de Diabetes mellitus.

- Pode causar algumas deficiências nutricionais, como de Ferro, Folato e vitaminas do Complexo B.

- Pode prejudicar a saúde intestinal em pessoas que não têm D. Celíaca.
DIETA SEM LACTOSE

Indicada formalmente para pessoas com Intolerância à Lactose
Seus defensores alegam que a Lactose cause mecanismos de inflamação no organismo, o que levaria ao surgimento de algumas doenças, mas até o momento, ainda não há evidência definitiva de que isto aconteça.
Exclui todos os alimentos que contêm Lactose.- Pobre em cálcio, pode prejudicar a saúde dos ossos.

- Elimina uma fonte de proteína de alto valor biológico, que é o leite e derivados.
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